JORNAL MANGARATIBA 

Costa Verde busca voz ativa nas decisões urbanas em conferência estadual das cidades

Representantes de diversos municípios da região da Costa Verde se uniram em um movimento articulado e propositivo para discutir o futuro das cidades fluminenses durante a 6ª Conferência Estadual das Cidades, realizada no Rio de Janeiro. Em pauta, temas centrais como mobilidade urbana, habitação, saneamento, regularização fundiária, governança e planejamento urbano sustentável. A região, marcada por belezas naturais e contrastes sociais, levou à conferência uma série de demandas que expressam a complexidade de seus desafios.

Com a presença de delegações de Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba e outros municípios vizinhos, a Costa Verde demonstrou maturidade política e capacidade técnica ao apresentar propostas focadas na inclusão social e na melhoria da qualidade de vida nas cidades. O protagonismo dos representantes regionais foi notável não apenas pela qualidade das contribuições, mas pela articulação conjunta entre sociedade civil, gestores públicos e movimentos sociais.

A conferência estadual, que antecede a etapa nacional, é uma oportunidade para que regiões como a Costa Verde se façam ouvir no debate sobre o desenvolvimento urbano brasileiro. As cidades litorâneas da região, apesar de atrair turistas e investimentos, enfrentam graves problemas estruturais, como déficit habitacional, ocupações irregulares, ausência de saneamento básico em comunidades vulneráveis e a dificuldade de acesso à moradia digna.

Outro ponto de destaque nas discussões foi o impacto das grandes obras e da especulação imobiliária sobre áreas de preservação ambiental e territórios tradicionais. Moradores e lideranças comunitárias defenderam políticas que conciliem o crescimento econômico com a preservação ambiental e os direitos das populações locais, sobretudo caiçaras, quilombolas e indígenas, que vivem sob constante ameaça de remoções ou invisibilidade política.

Durante a conferência, os representantes da Costa Verde também enfatizaram a importância de ampliar os investimentos em infraestrutura urbana, especialmente nas áreas de mobilidade e transporte público integrado. O deslocamento entre bairros, cidades e zonas rurais da região ainda é precário, dificultando o acesso a serviços básicos, educação e trabalho.

Além das propostas técnicas, o encontro estadual foi marcado pela emoção e pela força de falas que trouxeram à tona histórias de luta por moradia e dignidade. Muitos dos participantes são ativistas e lideranças que atuam há décadas na linha de frente das reivindicações urbanas, e viram na conferência uma oportunidade de fazer com que suas vozes ecoem em instâncias decisórias mais amplas.

A mobilização da Costa Verde demonstra que o debate urbano não pode mais prescindir da participação popular. A conferência foi um palco onde diferentes realidades se cruzaram, mas também um momento de construção coletiva. O futuro das cidades passa, necessariamente, pela escuta ativa daqueles que vivem nelas – e a Costa Verde, com toda sua diversidade, mostrou que está pronta para ocupar esse espaço.

 

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